A Atrofia Muscular Espinhal – AME – é uma doença genética rara, neuromuscular, caracterizada por degeneração e perda de neurônios motores da medula espinhal e do tronco cerebral, resultando em fraqueza muscular progressiva e atrofia dos pacientes.
A doença afeta diretamente a parte motora e respiratória responsáveis por movimentos voluntários vitais do corpo, como respirar, engolir e se movimentar.
A criança com AME necessita de vários aparelhos, equipamentos e terapias para manter-se viva já que a doença afeta diretamente sua habilidade de engolir, manter-se sentada, tossir e respirar.
Os equipamentos são essenciais para que as funções dos órgãos vitais se mantenham em funcionamento e as terapias motoras exercitam e mantém os músculos ativos na tentativa de retardar e diminuir ao máximo as sequelas da AME. Mesmo assim, com todo equipamento e terapias diárias, a expectativa de vida de uma criança com AME Tipo 1 não chega a 10 anos.
Diante disso, muitas famílias processam judicialmente o Estado para conseguir acesso aos remédios e a equipamentos ou recorrem a aluguéis, “vaquinhas” e rifas para a compra dos mesmos.
A AME é uma doença traiçoeira e degenerativa, que aos poucos vai roubando a vida da criança, impedindo que ela tenha a capacidade de respirar sozinha, engolir, falar, sentar-se e movimentar-se.
O momento em que a família recebe o diagnóstico de AME tem efeito devastador pois a dificuldade de acesso a informações especializadas traz confusão e desespero aos pais.
A doença ainda é muito desconhecida pelo público geral e até mesmo por muitos profissionais de saúde. Além do fato da AME ser uma doença grave, rara e com consequências drásticas, diretas, imediatas para a pessoa afetada, aqueles que estão à sua volta e que serão responsáveis por cuidar desses bebês e crianças em período integral, sentem-se perdidos e sozinhos, pois não conseguem encontrar facilmente
informações sobre a doença, medicamentos disponíveis (alguns fornecidos pelo SUS) e tratamentos para auxiliá-los nas inúmeras decisões que terão que tomar logo após o diagnóstico.
A vida dessas famílias fica diretamente impactada pela dificuldade em encontrar profissionais capacitados para as terapias e pela grande quantidade de recursos necessários para adquirir todos os medicamentos, aparelhos, sonda gástrica, leite especial e uma infinidade de insumos essenciais à manutenção da vida da criança.
A AME afeta diretamente a vida familiar pois demanda a necessidade de um cuidador em período integral que acaba sendo um dos pais ou um parente e que muitas vezes precisa se desligar de um emprego para se dedicar à esses cuidados além de aprender os primeiros socorros em caso de aspiração pulmonar e a lidar com a aparelhagem e dosagem de medicamentos. Além disso, a busca incessante pelo medicamento de altíssimo custo Zolgensma (o único que atua na parte genética e que estanca o processo degenerativo) e a demora na sua aquisição geram uma ansiedade enorme em toda a família.
Existe a demanda urgente de acolhermos as famílias e guiá-las em todo esse doloroso processo.
A triagem neonatal pode identificar a AME Tipo 1 na fase pré-sintomática – a intervenção precoce pode mudar o rumo da doença na vida da criança diagnosticada e de sua família aumentando a possibilidade de uma excelente qualidade de vida.
Em maio de 2021, foi sancionada a Lei 14.154/21, que amplia o número de doenças detectáveis no Teste do Pezinho feito na rede do Sistema Único de Saúde – SUS e a AME está contemplada pela lei.
O tratamento da AME Tipo 1 consiste em uma associação de fármacos responsáveis por modificar a doença – tais como Spinraza e Risdiplam, ou que funcionam como terapia gênica, tal qual o Zolgesma® – com terapias de suporte tais como fisioterapia motora e respiratória, fonoterapia e terapia ocupacional.
As combinações e necessidades variam de paciente para paciente e a informação sobre elas também é uma das preocupações do instituto.
O Instituto Ipê é uma Organização da Sociedade Civil (OSC), sediada em Curitiba-PR que começou quando um grupo de mulheres abraçaram a causa da nenê Gabriella, que havia sido diagnosticada com AME Tipo 1 e que estava em campanha para a compra do medicamento Zolgensma.
CNPJ 44.115.024/0001-61